sábado, 20 de dezembro de 2008

TINTIN


Apesar das suas aventuras serem conhecidas em todo o mundo, pouco se sabe sobre este jovem repórter fotográfico do jornal "Petit Vingtième". Não se lhe conhece família e não deve ter mais do que 20 anos.
Quando inicia mais um trabalho algures num país distante, Tintim não espera viver mais uma aventura: é ela que se coloca à sua frente de um modo acidental, apelando ao seu espírito de detective.
Depois da sua criação em 1929, as aventuras de Tintim foram sendo publicadas em tiras, que mais tarde foram ordenadas de forma a criar um livro.
De 1942 em diante, todos os livros do Tintim foram publicados a cores e a maioria das histórias que tinham sido produzidas a preto e branco foram coloridas e reduzidas para se adaptarem ao novo formato.
Em 1946, Tintim já aparece na sua própria revista e, a partir daí, todas as histórias recebem tratamento colorido. É depois desta data que Tintim se torna um fenómeno das histórias em quadradinhos!
Corajoso, Tintim não hesita em enfrentar as forças do Mal, sempre em defesa dos mais fracos, indefesos e oprimidos. Engenhoso e inteligente, Tintim é, pela sua modéstia e pelas suas acções, o herói que os seus fãs gostariam de ser.
Nas histórias de Tintim encontramos paisagens exóticas e temas que nos despertam muito a atenção.
Sabias que muitas aventuras dele têm relação com acontecimentos políticos ou factos do mundo?
Cada vez que ocorria um acontecimento importante, Tintim tinha uma aventura semelhante.
Por exemplo, a sua ida à Lua é um caso desses!

Influências

A personagem Tintim é inspirada no irmão mais novo de Hergé, Paul. Por seu turno, Dupond e Dupont são inspirados no pai e no tio de Hergé, que eram gémeos e usavam sempre a mesma roupa e o mesmo chapéu.










Em Dezembro de 1938, a revista "National Geographic" publicou uma reportagem sobre o conflito a decorrer entre judeus e árabes na Palestina, território então ocupado pelos britânicos.
Um ano depois, começou a publicação do álbum "No País do Ouro Negro" no "Le Petit Vingtième". Nesta aventura, a personagem Abdallah, filho do Emir, foi inspirado numa personagem real: o pequeno rei do Iraque de 6 anos, Faiçal II.
















Na época de "O Tesouro de Rackham, o Terrível" o desejo de precisão de Hergé era considerável. O submarino americano que vês na imagem é a inspiração para o submarino do Professor Girassol.


















No 50º aniversário da revista dinamarquesa Runepress, publicada em 1979, Hergé declarou que usou alguns desenhos de um índio inca retirados da revista National Geographic, de Fevereiro de 1938.
Nesse número, o ilustrador H.M. Herget realizou uma dezena de desenhos em aguarela que inspiraram Hergé nas paisagens incas de "O Templo do Sol".














Curiosidades


Apesar de ter mais de 75 anos, o herói criado por Hergé em 1929 continua extremamente popular em todo o planeta.As suas aventuras foram traduzidas em mais de 40 línguas, com uma tiragem global superior a 50 milhões de exemplares. Foram também adaptadas à rádio, à televisão e ao cinema.

Um grupo de jornalistas da revista "Geo" decidiu reviver as aventuras de Tintim pelo mundo, seguindo as rotas traçadas nas histórias de Hergé.No regresso, trouxeram preciosas fotografias para ficarem colocadas lado a lado com as famosas pranchas de banda desenhada.

O foguete que aparece nos livros "Rumo à Lua" e "Explorando a Lua", bem como a forma como aterra na superfície lunar, inspirou mais tarde os cientistas do mundo real.
Hergé propôs a existência de água na Lua. Hoje sabemos que na Lua existe água em forma de gelo, exactamente como no livro do autor belga.











No álbum "Tintim no Congo" aparecem na primeira página a saudar Tintim, dois colaboradores de Hergé (Edgar P. Jacobs, autor de Blake e Mortimer, e Jacques van Melkebeke), bem como o próprio Hergé.Nesta mesma cena aparecem outras duas personagens de Hergé: Quim e Filipe.


´
Em "Os Charutos do Faraó", Edgar P. Jacobs volta a aparecer, desta vez como um dos egiptólogos mumificados na página 8.A segunda múmia é de I.E. Roghliff (um trocadilho para hieróglifo em francês).Outra múmia que aparece na história é Carnawal, referência a Lord Carnavon, o famoso cientista que foi vítima da maldição de Tutancamon, que era contemporâneo de Hergé.





O ceptro que dá nome à história "O Ceptro de Ottokar" existiu mesmo, sem que Hergé o soubesse. Em 1976, quando restauraram a Catedral de São Vito, no Castelo de Praga, encontraram o Ceptro de Ottokar II, rei da Boémia entre 1239 e 1278. A ideia desta história foi sugerida a Hergé por um amigo.






No livro "Tintim no Congo", um representante do jornal português "Diário de Lisboa", que já desapareceu, tenta contratar Tintim para a sua publicação.



No álbum "A Estrela Misteriosa" aparece um navio muito especial. No entanto, Hergé afirmou posteriormente este não flutuaria se fosse colocado na água. A partir daqui, Hergé passa a utilizar maquetes para barcos, aviões etc.

Quando Hergé e o seu colaborador Edgar P. Jacobs estavam a fazer rascunhos junto à casa que inspirou a residência do professor Bergamotte (em "As Sete Bolas de Cristal"), foram abordados por elementos das SS (nazis) porque o edifício era a sede daquela força de ocupação.

No próximo post: personagens

Sem comentários: